A Diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí acompanhados da Assessoria Jurídica esteve no município de Picos (PI) para atender as solicitações dos médicos da região. A reunião aconteceu no auditório do Hotel Entre Rios na noite de domingo (11).

Na pauta foram abordadas questões como o plano de carreira do município e reajuste salarial. Entre as reivindicações, os médicos de Picos estão com três meses de salários atrasados, sofrendo assédio moral com ameaças de cortes e demissão, além disso não recebem insalubridade e as condições de trabalhado exigidas por lei não estão sendo cumpridas. Também não recebem o Piso FENAM, que é o valor mínimo digno da categoria e estão sendo obrigados a declarar carga horária em dobro, para qual não foram contratados, uma vez que a Prefeitura exige essas declarações falsas para tentar receber mais recursos federais.

Segundo os profissionais da categoria, o Programa Saúde da Família (PSF) não funciona de forma satisfatória e os pacientes acabam procurando o Hospital Regional Justino Luz como alternativa. Isso porque a falta de contratações de médicos no PSF, a falta de concursos com salários justos e pagos em dia, fazem com que a população procure o pronto-socorro do hospital para consultas, superlotando-o e exaurindo os médicos plantonistas que foram contratados para atender urgências e emergências no hospital.

No caso do SAMU, além disso as ambulâncias estão sucateadas sem condições de transferir pacientes, como também faltam muitos dos documentos necessários para que o veículo circule regularmente no trânsito.

Outra denúncia apresentada na reunião foi que o Hospital Regional não conta com leitos psiquiátricos, aprovados em lei e que ainda não foram implantados.

Segundo o médico vascular José Almeida, as ações do SIMEPI no município foram muito oportunas. “Nós estávamos esperando essa reunião com a Diretoria Executiva do Sindicato devido aos grandes problemas que a categoria vem enfrentado em Picos, principalmente na saúde pública, tanto no PSF quanto o Hospital Regional e o SAMU. Conversamos com os médicos e estes relataram todas as dificuldades”, ressalta José Almeida, que também compõe a diretoria do SIMEPI.

Ao ouvir as reivindicações dos profissionais de saúde, a assessoria jurídica e a Diretoria do SIMEPI, representada pelo presidente Samuel Rêgo; a diretora do SIMEPI e também da Federação Nacional dos Médicos - FENAM, Lúcia Santos, o Diretor do SIMEPI e Presidente da CHBPM/PI, Valrian Campos Feitosa e o Diretor José Almeida, se reuniram na manhã desta segunda-feira (12) com o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Saúde de Picos.

A Secretaria Municipal de Saúde, durante a reunião, respondeu apenas com evasivas e não apresentou qualquer resposta concreta e viável à resolução do caos instalado na saúde da cidade, solicitando um prazo de três meses para apresentar qualquer proposta.

Ressalta-se que as justificativas de alegações por parte dos gestores de que já é a 3ª Secretaria de Saúde a assumir no mandato do atual Prefeito e de que as contas foram bloqueadas e estão no vermelho, não condizem com a realidade de que o Município de Picos, depois da Capital Teresina, é o município com maior arrecadação de tributos do interior do Estado.

Com base nas reivindicações da categoria médica e nas orientações da Promotora Romana Vieira, o SIMEPI irá formalizar todas as denúncias e irregularidades em relatórios e encaminhar ao Ministério Público de Picos e aos demais órgãos competentes.