O Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) recebeu o Dr. José Arimatea dos Santos Junior, Chefe da Clínica de Obstetrícia da Universidade Federal do Piauí, para palestrar no “I Fórum sobre a situação atual da Assistência Obstétrica no Piauí. Falando sobre parto seguro”. O evento abordou sobre maternidades sucateadas, atendimento comprometido por falta de estrutura nas unidades de saúde, números alarmantes de óbitos de gestantes e de bebês. Problemas graves que atingem a saúde do Estado.

Samuel Rêgo, presidente do Simepi, abriu o evento ressaltando a importância de se abordar a temática nos dias atuais e convidou para compor a mesa de discussão: Dr. Gisleno Feitosa, representando o Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), Dr. José Itamar, da Academia Piauiense de Medicina, Dra. Joeline Cerqueira, representando a Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia (Sopigo), Dra. Karla Daniela, do Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) e Maria de Jesus Lopes Mousinho, representando a Fundação Municipal de Saúde (FMS).

“É preciso discutir no Piauí, e em outros Estados, sobre o que se denominou o termo ‘violência obstétrica’. Por trás dessa discussão vem se observando uma ideologia muito forte, um movimento ‘antiobstetrícia’. Como médicos, sabemos que nossas discussões não são embasadas em aspectos ideológicos e sim científicos, dados, números, sempre visando em primeiro lugar o bem-estar do paciente. O termo violência obstétrica é muito pejorativo e denigre a imagem dos profissionais da área, pois o médico não está lá para praticar violência e sim para prestar assistência àquela mãe, ao bebê que está chegando ao mundo”, comentou Samuel Rêgo.

Para o obstetra Dr. Arimatea dos Santos Júnior, a entidade médica está de parabéns pela iniciativa de abrir as portas de discussão do assunto. “É preciso que possamos amadurecer a ideia e esclarecer alguns pontos de vista para colocar à nossa população a real situação da assistência obstétrica em nosso Estado. Além de impedir que entrem na história de violência obstétrica como uma forma de ‘maquiar’ onde realmente está o problema. Explicamos às entidades médicas, de classe, ao Ministério Público, para que possamos levar o assunto a todo o Estado, baseado sempre nas evidências científicas”, enfatizou.


“Um movimento excelente, porque é uma maneira de proteger aquele que é o responsável final por todos os atos durante o parto. Esse médico tem que ter uma proteção e o termo violência obstétrica não tem sentido. Estarei levando o assunto para o CRM para nos unir ao sindicato, a fim de criamos uma corrente para trabalhar e melhorar esse aspecto”. (Dr. Gisleno Feitosa - CRM-PI)


“O Sindicato dos Médicos do Piauí está de parabéns por essa iniciativa. É preciso discutir esse assunto e levar ele a outras pessoas também”. (Dr. José Itamar - Academia Piauiense de Medicina)


“Há a necessidade de se tirar o estigma de que o que vai dar errado no parto é atribuído a um só profissional. Esta é uma ação muito positiva, pois se não pode estigmatizar uma determinada classe de profissionais ao termo violência obstétrica. Os obstetras estão se sentindo acuados dentro dos estabelecimentos de saúde e não há de se fazer discriminação de nenhuma classe, sejam médicos, enfermeiros ou doulas, mas sim chamar a atenção para todos os profissionais, não um prevalecendo em relação ao outro, mas mostrando que todos são importantes e fundamentis no desfecho feliz daquele parto”. (Dra. Karla Daniela - Ministério Público do Estado do Piauí MP-PI)


“Um fórum de extrema importância para toda a classe médica e só tem a beneficiar. O médico está ali trabalhando em prol da saúde e o que é deficiente não é o serviço deste profissional e sim a parte organizacional da estrutura. O médico não foi formado para fazer violência de forma alguma, pois nossa principal missão é salvar vidas”. (Dra. Joeline Cerqueira - Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia - Sopigo)


“Parabenizo o Sindicato dos Médicos, acho que este evento foi extremamente importante. Estou aqui representando o presidente da Fundação Municipal de Saúde e acho que ideias como essas devem sempre ser aplaudidas”. (Maria de Jesus Lopes Mousinho - Fundação Municipal de Saúde - FMS)