Médicos servidores públicos do Estado cruzaram os braços em protesto contra o Governo, que não se posicionam diante das reivindicações do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI). A paralisação de advertência deu-se início nessa segunda-feira (27) e se estenderá até quarta-feira (29), onde estão suspensos todos os atendimentos eletivos, permanecendo apenas para os casos de urgência e emergência.

Lúcia Santos, diretora do SIMEPI e da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), afirma que a adesão foi total ao movimento e que as reivindicações da categoria são justas. “Contamos com o apoio dos médicos de todo o Piauí e estamos reivindicando, principalmente, as melhorias nas condições de trabalho, pois em todos os hospitais do Estado há precarização na estrutura física, faltam insumos básicos para a realização de cirurgias e procedimentos ambulatoriais, além da correção da progressão, insalubridade e a realização urgente de concurso público. Há muitos profissionais trabalhando com vínculos precários e ilegais”, enfatiza.

O presidente do SIMEPI, Samuel Rêgo, reforça a principal motivação do movimento, que é a forma como a saúde pública vem sendo gerida pelo Estado. “Um verdadeiro descaso, pois falta estrutura para atender a população, número insuficiente de médicos trabalhando, outros sem contrato e com salários atrasados há meses e sem progressão funcional. Em mais de 16 anos de governo fica a indagação sobre qual grande obra foi realizada na área da saúde. Nenhuma! Um total amadorismo que vem acontecendo por causa de ingerência política”, comenta.

O movimento realizado pelo SIMEPI contou com ampla divulgação dos veículos de comunicação, porém foi comunicado que os médicos do município de Floriano, que atendem no Hospital Regional Tibério Nunes (HRTN), não haviam aderido ao movimento.

Danilo Santos, diretor regional do SIMEPI na cidade de Floriano, nega o que foi divulgado e afirma sobre uma demissão em massa, pois os médicos de lá estão sem receber salário desde o mês de fevereiro.

“Já há um movimento aqui devido à defasagem no pagamento de mais de 90 dias. Com isso, o corpo clínico do hospital redigiu um ofício endereçado ao Ministério Público, à direção do HRTN e ao Conselho Regional de Medicina, com indicativo de paralisação, visto que não houve nenhuma negociação que tenha sido cumprida por parte da direção do hospital. Também ficou decidido a entrega das escalas caso esse problema não fosse resolvido”, completa Danilo Santos.

Ele completa que o HRTN segue com atendimentos apenas nas classificações de risco: amarelo, laranja e vermelho, sob o risco de perder plantonistas caso não haja resolução completa destes problemas.

O movimento de paralisação do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí acontece para fortalecer um anseio da categoria em poder exercer a medicina como se deve e de maneira digna a todos.

A categoria estará reunida em Assembleia Extraordinária nesta quarta-feira, dia 29, a partir das 19h, no auditório do SIMEPI, localizado na Rua Vereador Luís de Vasconcelos, 550 - São Cristóvão, Teresina - Piauí.