Diante dos problemas enfrentados nas maternidades da rede municipal de saúde de Teresina, médicos se reuniram com representantes dos hospitais e órgãos regulamentadores na manhã de hoje (05), na Fundação Hospitalar de Teresina, para abordar a portaria que diz respeito ao atendimento de crianças recém-nascidas em estados graves.

Problemas como a ausência de médicos neonatais suficientes nos hospitais municipais, recém-nascidos graves sendo atendidos em todas as portarias, não haver regulação eficiente da urgência dos pacientes, superlotação nas UTIs da capital com muitos pacientes do interior, poucos leitos infantis nos hospitais e outros foram discutidos no encontro.

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A reunião foi provocada pelo vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI), Dr. Renato Leal, que também atende como pediatra na rede municipal de saúde. “Antes havia uma portaria que permitia crianças de 1 a 28 dias, que estivessem com problemas de saúde, serem atendidas nas maternidades de Teresina. Não era a estratégia perfeita, pois 80% dos casos poderiam ser resolvidos em quaisquer unidades da prefeitura. Então fizeram uma nova portaria que permitiu atendimentos de crianças com problemas simples e graves em qualquer hospital. O problema é como atender essa demanda em portas que não há condições físicas e equipamentos adequados, além de equipe especializada, como enfermagem habituada a recém-nascidos e médicos pediatras, já que boa parte faz atendimento sem ser”, comenta.

Estiveram presentes representantes dos hospitais e maternidades dos bairros Primavera, Buenos Aires, Dirceu II, Satélite, Wall Ferraz, Matadouro, Monte Castelo e Promorar, das Unidades de Pronto Atendimentos do Promorar e Satélite, da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e do Conselho Municipal de Saúde.

Levantar esses problemas são de extrema importância para o cuidado com os pacientes e o funcionamento das unidades de saúde. “Como estabilizar um paciente grave sem a menor condição para isso? A discussão de hoje é para rever a essa portaria, que libere em todas as portas os atendimentos mais simples, mas que tenha um local de referência para crianças com casos mais graves. Mesmo que este paciente fique estabilizado, como manter ele ao lado de outros doentes, com pneumonia ou viroses, por exemplo? Este não seria bem tratado, mas muito pelo contrário, seria até um agravo maior para a criança”, enfatiza Dr. Renato Leal, vice-presidente do SIMEPI.

Ao final da reunião, foi criado uma comissão, composta por representantes que estiveram presentes. Serão marcados novos encontros, a fim de levantar problemas e soluções. O Sindicato dos Médicos do Estado do Estado do Piauí possui representante na comissão para poder acompanhar todo o processo,