Em todo o país se discute a precariedade dos serviços de Saúde oferecidos à população, e a desvalorização do corpo médico é um dos fatores que permeiam esse contexto. O presidente da Associação Piauiense de Medicina do Trabalho, Dr. Newton Nunes, está encabeçando o movimento "A recuperação médica no Brasil", que propõe a discussão sobre a revalorização da categoria, bem como a conscientização dos estudantes de Medicina e residentes quanto à importância de fortalecer o movimento sindical.

A polêmica passa pela proposta de melhores salários, que segundo o Dr. Newton, contribuiria para uma melhoria significativa no sistema público de saúde. Ele acredita que o ideal seria estabelecer isonomia salarial em relação à função de juiz, cujo vencimento equivale a cerca de R$ 16 mil. "Baixos salários comprometem a saúde pública e a saúde do médico", argumenta.

Newton Nunes organiza um Congresso Nacional em Teresina sobre o tema, a ser realizado no próximo semestre. O presidente da Associação Piauiense de Medicina do Trabalho já realizou palestras sobre o assunto em São Luís, Brasília, Recife, Porto Alegre e Blumenau e têm agendadas palestras nas cidades de João Pessoa, Porto Velho, Rondônia e Rio Branco. "Não dava pra iniciar um movimento sem base, hoje temos representantes de entidades médicas de todo o país, porque só é possível resolver os problemas da categoria através da ala sindical", explica.

O projeto vinha sendo estudado há cinco anos, mas só em 2007 a iniciativa começou a ganhar forma. Visando o resgate social do médico e a dignidade salarial, o Dr. Newton tem viajado por todo o Brasil para articular o movimento, que já conta com o apoio de entidades médicas dos estados de Pernambuco, Ceará, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, e do Distrito Federal, além do presidente da FENAM, Eduardo Santana, e dos senadores Mão Santa (PMDB-PI) e Mozarildo Cavalcante (PTB-RR).