Quem assistiu às declarações do prefeito Sílvio Mendes sobre a paralisação médica na última semana já poderia prever o desfecho da assembléia geral realizada pela categoria na noite desta sexta-feira (11). Os médicos optaram pelo indicativo de greve, com início previsto para o próximo dia 7 de janeiro.

 
“A nossa decisão foi tomada pensando na população. Somente em respeito a ela estamos dando essa trégua. Ao contrário do prefeito Sílvio Mendes, que se recusa a negociar, menosprezando o sofrimento das pessoas que ficaram sem atendimento nos dias de paralisação”, afirma a vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Lúcia Santos.
 

Para o presidente da entidade, não houve sequer um diálogo satisfatório. “O prefeito e o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Firmino Filho, fecharam as portas para uma negociação. Estão coagindo e ameaçando os nossos colegas na tentativa de desarticular o movimento”, afirmou Leonardo Eulálio.
 

Lúcia Santos acusa o prefeito de estar agindo por motivações políticas. “Faz tempo que o Sílvio não é mais médico. Ele é político. Um profissional jamais agiria da forma como ele está fazendo, coagindo, ameaçando os médicos de cortar ponto e benefícios. É por atitudes assim que nós precisamos lutar por um vencimento digno e não por gratificação, que nos deixa à mercê de gestores inescrupulosos”, afirma.
 

O presidente da Associação Piauiense de Medicina, Felipe Pádua, garante que a categoria está disposta a fazer uma greve como jamais foi vista no Piauí. “Estamos nos espelhando nos nossos colegas de Alagoas, que passaram 14 meses em greve. Não vamos abrir mão do respeito e da valorização para com o profissional médico”, ressalta. A categoria exige reajuste escalonado de 30% em cinco etapas para que o piso salarial do médico passe de pouco mais de mil reais para R$ 3.500 até 2012.