Ao tomar posse nesta segunda-feira (3), o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou em seu discurso os desafios que terá de enfrentar durante sua gestão, entre eles, incluir a saúde no centro da agenda de desenvolvimento do país e garantir atendimento rápido e de qualidade à população que procura o Sistema Único de Saúde (SUS).    "A grande chave da questão é que as pessoas só dizem que o atendimento do SUS foi satisfatório quando entram, quando garantem o acesso, e a grande reclamação das pessoas é o não acesso, a demora, a espera. Eu quero dizer que como ministro da Saúde tenho uma obsessão para garantir o acolhimento de qualidade, em tempo adequado às necessidades da saúde daquelas pessoas", ressaltou Padilha.   Alexandre Padilha também defendeu a regulamentação da Emenda 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por Estados e Municípios. "Nós precisamos ter regras claras de financiamento sustentável e que seja sustentável também para a sociedade, mas que fique claro qual é o volume de recursos que cada nível da Federação tem de investir na área da saúde e o que é investimento na saúde deste país", destacou o ministro.    Padilha também cumprimentou o ex-ministro José Gomes Temporão, que foi titular da pasta da da saúde de 2007 a 2010. "Os mesmos cuidados e o mesmo profissionalismo que vocês tiveram certamente nós vamos ter, com a continuidade das ações e dos programas", garantiu o novo ministro.
Expectativas   Presentes no evento, diretores da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) ressaltaram suas expectativas quanto à gestão do novo ministro. O presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, destacou que espera que existam acertos e entendimentos entre as entidades médicas e o Ministério da Saúde e que o novo governo traz muitas esperanças para a categoria médica. "Nossa expectativa é muito boa, até porque o histórico do ministro Padilha é um histórico muito robusto, que o caracteriza e o credencia a ter um desempenho muito contundente dentro do Ministério da Saúde e nós temos um desejo muito grande de entendimentos e acertos nesta nova gestão", acentuou.   O vice-presidente da FENAM, Wellington Galvão, espera que haja avanços e melhorias na remuneração dos médicos que integram as equipes do Programa de Saúde da Família, que há 17 anos não recebem reajustes por parte do Ministério da Saúde.    "A expectativa da classe médica é muito boa, por ser ele um médico que tem uma vivência em saúde pública como infectologista e tem conhecimento da política de saúde do país. Então, esperamos que o ministro fique atento a essa questão e que, dessa forma, melhore a atenção básica, porque hoje os médicos estão fugindo das equipes de Saúde da Família pela baixa remuneração oferecida em todo pais", disse Wellington Galvão.   O secretário de finanças da FENAM, Jacó Lampert, considera que a chegada de Padilha torna possível o avanço de questões como o financiamento da saúde com a regulamentação da Emenda Constitucional 29 e outras questões relevantes para a qualidade da saúde, do trabalho e das reivindicações da categoria médica. Nossas reivindicações, sem sombra de dúvida, ao serem atendidas, poderão trazer muitas melhorias para o quadro de atenção de saúde da nossa população", assinalou o dirigente.    "Pelo histórico do ministro, temos grandes esperanças que o SUS avance e que seja aprovada uma proposta que garanta o financiamento da saúde. A história do ministro da saúde é muito favorável para que o Sistema Único de Saúde continue avançando", complementou o secretário geral da FENAM, Mario Antonio Ferrari.