A Sociedade Brasileira de Cardiologia enviou documento à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), em Brasília, em que pede sejam feitas alterações nas diretrizes de Dislipidemias (índice elevado de colesterol no sangue), relativas à Consulta Pública nº 42, que foi preparada no âmbito da SAS do Ministério da Saúde.

  A entidade relata que não foi consultada ou ouvida na redação do documento. Um dos argumentos dos cardiologistas é que na consulta pública o nível ótimo do LDL-colesterol (colesterol ruim) é apontado como inferior a 100 miligramas por decilitro de sangue. Os cardiologistas consideram o nível ótimo inferior a 70 mg/dL, em muitas situações, mesmo índice aceito pela American Heart Association.   Os cardiologistas também discordam de certas colocações sobre estatinas, medicamentos usados para baixar o nível do colesterol, citando a necessidade, em certas condições, de uso de estatinas mais potentes e até sua combinação com outros hipolipemiantes.   Outro ponto de discordância é que o documento da SAS não analisa a dislipidemia de base genética, em que há tendência a altos níveis de colesterol numa mesma família. Calcula-se que essa alteração metabólica esteja presente em 400 mil brasileiros. Na maioria das vezes, em indivíduos jovens, que correm maior risco de eventos cardiovasculares e precisam ter acesso à medicação adequada.   A proposta da SBC é que pacientes com hipercolesterolemia familiar deveriam ser incluídos no protocolo de dispensação gratuita de medicamento, "devido ao alto risco de eventos cardiovasculares precoces".