A Associação de Medicina Intensiva (AMIB) e sua regional local, a Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (SOTIPI), apoiam a decisão dos médicos intensivistas que protocolaram nesta segunda-feira, dia 22 de agosto, pedido de demissão coletiva.

  AMIB chama atenção para a necessidade do diálogo e reconhecimento da especialidade por parte dos órgãos de saúde.   A decisão, de 27 dos 32 médicos intensivistas vinculados à Prefeitura de Teresina, se deu após 11 meses de inúmeras tentativas de negociação com a Fundação Municipal de Saúde, que não deu atenção aos apelos dos profissionais que pediam melhores condições de trabalho e o reconhecimento do profissional intensivista como especialista em medicina intensiva e altamente qualificado para atender pacientes críticos.   Para o Dr. Ederlon Rezende, Presidente da AMIB, é necessário que haja um entendimento entre o governo local e os profissionais intensivistas. “Pedimos que os gestores de saúde de Teresina reconheçam os intensivistas como especialistas e prestadores de serviços indispensáveis à população e, como especialistas, necessitam de condições adequadas para o bom desempenho de suas funções”, diz o Presidente da AMIB.   Com este gesto o grupo de intensivistas pretende chamar a atenção dos responsáveis pela saúde pública e da própria população de Teresina para que se abram canais de diálogo e negociação entre as partes. O objetivo é que sejam garantidas à assistência à população usuária do SUS e as condições mínimas de trabalho dos intensivistas.   Com o pedido de demissão coletiva protocolado, a Fundação Municipal de Saúde tem 30 dias de prazo para se pronunciar e anunciar as medidas que serão tomadas para reverter o quadro atual.   Cenário local   Em Teresina, as UTIs do Hospital de Urgências, que conta com três UTIs  e um total de 26 leitos - sendo 16 adultos e 10 pediátricos e do CIAMCA, com sete leitos neonatais, têm inúmeras deficiências estruturais e materiais que foram documentadas e informadas pelos profissionais à direção superior das unidades e ao Ministério Público, além de constarem em um relatório do mês de abril da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No entanto, até o momento pouco foi feito para resolver os problemas e oferecer um melhor atendimento à população.    Além dos problemas estruturais os intensivistas não são valorizados como especialistas e ainda convivem com os baixos rendimentos, longas jornadas de trabalho, ausência de substitutos e um grave quadro de falta de leitos, já que o estado do Piauí tem um déficit de mais de 500 leitos de UTI.