Reunidos na noite desta quinta-feira (17) na sede do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí – Simepi, o prefeito de Teresina Silvio Mendes, o secretário de Saúde, Assis Carvalho e os médicos que serão transferidos do Hospital Getúlio Vargas para o Pronto Socorro Municipal Zenon Rocha- HZR, fecharam definitivamente um acordo.

O impasse já durava vários meses e tinha como foco principal a aspiração da classe médica por uma maior valorização do trabalho com ganhos salariais substanciais.

Desde a semana passada o prefeito mantinha a proposta de pagamento de R$ 800,00 reais de gratificação por 4 plantões para os médicos servidores do estado que forem transferidos para o HZR, mas a categoria renegou em Assembléia na última quarta-feira (16).

Na reunião desta quinta-feira, mais uma vez o prefeito de Teresina reiterou a indisponibilidade de recursos para aumentar a proposta. “Não posso ser irresponsável e prometer um valor que os cofres públicos não poderão pagar. O que garanto é que as condições de trabalho que hoje estão postas no HGV não se repetirão no Pronto Socorro. Lá os médicos terão um local digno para trabalhar e poderão exercer sua profissão.”, disse o prefeito Silvio Mendes.

O secretário estadual de Saúde Assis Carvalho reafirmou a intenção do Governo do Estado de transferir todos os profissionais prometidos a Prefeitura de Teresina para o Hospital de Urgência de Teresina. “Nós precisamos redirecionar o serviço do HGV, que será um Hospital para atendimento de média e alta complexidade, mas antes os médicos e o Pronto Socorro precisam ser transferidos de lá”, disse o secretário.

Após as duas explanações os médicos encerraram o debate. O prefeito de Teresina e o secretário de saúde ausentaram-se do auditório do Simepi e foi reaberta a Assembléia. Com o apelo de vários colegas e da diretoria do sindicato para que a classe fosse sensível à atual situação de saúde do Estado, e com quórum suficiente, a Assembléia definiu por 23 votos a 9 que recuaria e aceitaria a proposta da prefeitura.

“Ficamos satisfeitos com o resultado da reunião. Claro que não conseguimos avançar muito em nossa reivindicação, mas o Sindicato fez o seu papel de defender a categoria. Esperamos que o prefeito e o governador, ao longo dos próximos anos, possam vislumbrar que a classe médica do Piauí continua penalizada e carregando o serviço público de saúde nas costas. Mais uma vez um serviço público de saúde será aberto pela visão de cidadania dos médicos, que mesmo ganhando muito pouco, estão tendo a sensibilidade de aceitar uma proposta que não condiz com a realidade dos ganhos da categoria em todo o Brasil”, afirmou o Presidente do Sindicato, Leonardo Eulálio.

Alguns médicos insatisfeitos com a proposta, principalmente os Neurologistas, ainda ficaram de decidir se aceitarão ou não a transferência. “As categorias que não aceitarem ir, paciência, o serviço da especialidade não será prestado pelo HUT. Nós não podemos é fazer algo que esteja fora do nosso alcance”, disse o prefeito Silvio Mendes.